Semana Otimismo que transforma 2011 |
Blogueiros experimentam o processo de catação
De 22 a 29 de maio o Instituto Coca-cola promove a 5ª edição da campanha semana "Otimismo que transforma", que vai reverter parte do lucro das vendas dos mais de 150 produtos da empresa para a instituição. No ano passado foram arrecadados 5,8 milhões reais. Como parte da divulgação foi promovido um encontro de blogueiros na Doe Seu Lixo para conhecer um pouco da parceria da ONG com o Instituto Coca-Cola.
Quem abriu o evento foi a diretora do Instituto Coca-Cola, Cláudia Lorenzo, que explicou como funciona a parceria com cooperativas de catadores de recicláveis e com a ONG Doe Seu Lixo. Criado há onze anos e há cinco atuando no segmento de reciclagem, o instituto trabalha para ajudar na gestão das cooperativas. Para isso eles monitoram resultados e auxiliam na infraestrutura, através de 150 supervisores. Segundo Cláudia a Coca-Cola quer "fazer barulho no meio social como faz no mercado de bebidas". Estima-se que existam entre 600 e 1000 cooperativas no Brasil. O Instituto ajuda 134 atualmente, e pretende elevar este número para 200 até o fim do ano e 500 até 2014.
Júlio César Santos e Cláudia Lorenzo
Parceira do Instituto Coca-cola, a Doe seu lixo foi fundada há 10 anos para ajudar a gerar emprego e renda para pessoas marginalizadas. A ONG já ajudou 850 ex-moradores de rua transformando-os em agentes ambientais. Alguns deles foram além e fundaram novas cooperativas de catação de recicláveis. Júlio César Santos, coordenador nacional da Doe Seu Lixo, explicou que 55 supervisores fazem um trabalho de campo e elaboram um relatório inicial para detectar os problemas e apresentar as soluções para melhorar a gestão das cooperativas. Eles são geógrafos, engenheiros e técnicos ambientais que passam por um treinamento prático para saber como dialogar com os cooperados.
A ONG trabalha para viabilizar as cooperativas economicamente, e também para devolver a dignidade destas pessoas. "É preciso mudar a ótica. Quem separa o resíduo está fazendo um favor para quem doa. Nós investimos primeiramente nas pessoas, na capacitação da mão-de-obra e na melhora da metodologia de trabalho", explicou Júlio. Assim eles se tornam aptos a lidarem com os desafios da sustentabilidade, como a sazonalidade e os cartéis. Para isso eles aprendem técnicas de gestão e elaboram um plano de negócios para a cooperativa.
Tivemos a oportunidade de conhecer três resultados deste trabalho. O Júlio César disse que cerca de 60% dos cooperados são mulheres, e os três exemplos eram presidentas de cooperativas. A Alexandra da Cooperjardim contou que foi a primeira mulher presidente de sua cooperativa. Ela é catadora há 16 anos e preside a organização há dois. Alexandra é tão envolvida que não esperou nem um mês após da a luz e voltou para o batente. "O presidente está ali para organizar, a cooperativa é dos associados por isso todos tem que ajudar e se capacitar. Voltei a trabalhar porque eles não estavam se entendendo e vi que precisavam de mim", disse. Diferente das companheiras presentes, Alexandra opera em um aterro sanitário e chamou atenção para as dificuldades em trabalhar e até almoçar neste ambiente.
Já a Sarita da CooperRioOeste, depois de trabalhar durante dez anos em uma cooperativa e vê-la acabar resolveu fundar uma nova. A organização já tem seis anos e conta com 20 catadores, entre eles ex-moradores de rua, ex-presidiários e analfabetos. Para ela alguns problemas são a segurança no trabalho, a administração da cooperativa e a capacitação para trabalhar em conjunto. "Para trazer os catadores precisamos oferecer benefícios, INSS, alimentação, para mostrar que em grupo o trabalho é mais vantajoso. Além disso quando temos um problema resolvemos com uma reunião, e faltas de respeito são punidas com suspensão.", explicou.
A última pessoa a falar foi a Zilda da CoopCAL. Aos 45 anos ela se viu desempregada com um filho para criar e um marido doente. Foi o menino de seis anos quem sugeriu para a mãe que ela criasse uma cooperativa de catadores de recicláveis e chamasse a população de rua. Assim ela conseguiu reunir 25 pessoas e trabalhar também a educação ambiental onde mora, no Complexo do Alemão. Zilda chamou atenção para os problemas com financiamento e logística. "O problema é não ter crédito e não ter logística. Nossos gargalos são capital de giro e caminhão. Tentei um financiamento com parcelas de dois mil reais para comprar um veículo e foi negado. Eles alegam que não conseguimos gerir esse recurso, mas nós gastamos o triplo para alugar um caminhão.", finalizou.
De tudo o que ouvi acho que a questão mais importante é que a profissão de catador é digna e eles se orgulham disso. Não devemos ter pena, muito menos subjulgá-los. Com um pequeno auxiliam eles são capazes de aprender como qualquer pessoas sobre ferramentas de gestão. Apenas é necessário vontade e paciência dos dois lados da via. Além disso a conscientização da população vai bem, o problema maior é a logística para viabilizar a coleta seletiva, já que o estado é omisso. As pessoas querem separar o seu lixo, mas há um abismo entre esta ação e a destinação correta destes resíduos.
O Coca-Cola Design.news apoia a "Semana Otimismo que transforma Coca-Cola"
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